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Foto: Beth Correa

Carlos da Silva Assunção Filho (Cafi)

Nasceu em Recife, PE, em 1950.

Viveu e morou no Rio de Janeiro, RJ, de 1965 a 2019.

 

Estudou gravura e pintura na Escolinha de Arte do Brasil (EAB), fundada por seu tio, o pintor Augusto Rodrigues, em 1948. E iniciou na fotografia aos 20 anos, após receber sua primeira câmera de presente de sua irmã.

Entre as décadas de 70 e 90, realizou mais de 260 capas de disco, se tornando um marco em sua carreira. Dentre as capas: Clube da Esquina (1 e 2); Geraes, Minas, Milagre dos Peixes, entre outras (Milton Nascimento); Vai Passar e Cio da Terra (Chico Buarque); Vento Bravo (Edu Lobo); Beto Guedes; Geraldo Azevedo; Nana Caymmi; Toninho Horta; Fagner; Sarah Vaughan; Francis Hime; Jards Macalé; Turíbio Santos; Cristina Buarque; Lô Borges; Blitz; Alceu Valença etc.

 

Participou ativamente de movimentos culturais importantes no país. Ainda na década de 70, fundou com Ronaldo Bastos (que seguiria para toda sua vida como amigo e parceiro profissional), o grupo de produção cultural "Nuvem Cigana". E no “Circo Voador”, participou na edição do jornal Expresso Voador e co-fundou a galeria de artes do circo, a “Galera das Artes”.

 

Como fotógrafo e artista, se dedicou intensamente a pesquisar, se aprofundar e retratar seu país, o Brasil, com toda sua pluralidade. Participou em mais de 30 exposições sobre temas brasileiros, como Sete Brasileiros (UNB), Carrancas do São Francisco (MAM, MASP), Índios Kraó (MAM, MASP), Salve Getúlio (Museu da República), Macunaíma (Sesc), dentre outras. 

 

Esteve ao lado de Aloísio Magalhães na criação do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), que tinha como projeto compreender o Brasil a partir de sua cultura para criar modelos de desenvolvimento social e econômico. E acompanhado de Miguel do Rio Branco, Walter Firmo e Pedro de Moraes, com texto de Darcy Ribeiro, publicou também a coleção de postais "Os Brasileiros".

 

Mas suas fotos podem ser vistas em muitas outras publicações: "Um Olhar sobre Paraty, Angra dos Reis e Ilha Grande"; "Brezil", editado pela Flamarion (Paris); "Imagem do Som", de Chico Buarque; "Imagem Escrita", em que fez dupla com Pedro Bial, em cartazes e catálogos de Deborah Colker (Velox), Intrépida Trupe e Dani Lima (Vaidade). Produziu ensaio fotográfico para a revista Big (NY), revista “O Carioca", Cancioneiro Tom Jobim, livro biográfico Milton Nascimento.

 

Criou também cartazes para artistas, espetáculos e para vários museus brasileiros, entre eles o MASP, o Museu de Belas Artes do Rio, o Museus Imperial, o Museu dos Inconfidentes, o MIS SP, o MAM do Rio de Janeiro; Museu do Folclore (RJ), Casa do Pontal (RJ), Museu do Clube da Esquina, dentre outros.

 

E teve uma participação no Carnaval do Rio de Janeiro, realizou um grande ensaio fotográfico sobre o trabalho do carnavalesco Fernando Pinto no enredo "Bye Bye Brazil" da Mocidade Independente de Padre Miguel, do barracão ao desfile.

 

Realizou também cenários para os shows de Geraldo Azevedo, Zeca Pagodinho, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, dentre outros.

 

Participou de dezenas de exposições individuais, como: MIS-(SP) em 1991, Galeria Mineira (BH) em 1995, Observatório Fotográfico (Recife) em 1998, e de várias coletivas: Maracatus (Recife), Circo Voador (RJ), MASP Pirelli (SP); Galeria Grafite, no México; Brasil Cenários e Personagens (RJ, Argentina e Itália). Projeção multimídia no Museu da República (RJ), Eletro mídia na Arte (SP), exposição sobre o AfroReggae no Oi Futuro (RJ).

 

Nos anos 90, passou a ser fortemente convidado a fazer direção de arte, concepção e curadoria de várias exposições, entre elas:

·       "Eu, Getúlio", Museu da República (RJ);

·       "O Brasil e os Holandeses", no Museu de Belas-Artes (RJ); Palácio das Artes BH (MG); Espaço Cultural Bandepe (PE);

·       "Alta Joalheria Francesa", no museu de Belas-Artes (RJ);

·       "O Século da Mulher", Museu da República (RJ);

·       "Cervantes" (Dom Quixote) na Biblioteca Nacional;

·       "Plástico", FAAP - SP;

·       "Brasil, Brasília e os Brasileiros" (Itamaraty, Brasília);

·       "JK", Parque das Ruínas (RJ);

·       "Museu Virtual da CVRD";

·       “Albert Eckhout”, Museu de Recife;

·       "Museu de Tudo" com curadoria de Miguel Rio Branco;

·       ”Vida e obra de Taunay” no MAM Rio e Pinacoteca SP;

·       “Cerrado a Mãe D’Agua” no Espaço Tom Jobim;

·       Dentre outras

 

Nos anos 2000 passa a realizar diversos ensaios fotográficos, livros e outros trabalhos, como:

·       “Encontros das paredes”, encontro de casas em Olinda e Rio de Janeiro;

·       “Os Sertões”, com Teatro Oficina em Canudos;

·       “Guimarães Rosa”, sobre a visão do sertão do autor;

·       ”O Céu de Pernambuco na Terra dos Maracatus” no sertão de Recife;

·       "Musica e Amizade", sobre a amizade musical entre Milton Nascimento e Wagner Tiso;

·       “Copacabana”, um livro sobre o bairro e seus personagens;

·        “Xingu”, a convite do Ministério da Cultura, registra o Kuarup de Darcy Ribeiro no Xingu;

·       "A Luz do Tom", cartaz do filme de Nelson Pereira dos Santos;

·       ”Humanidade 2012”, sala-instalação feita para Firjan durante o Rio+20, no Forte de Copacabana;

·       "O Fio da Meada" exposição individual na Galeria Múltiplo;

·       "31 anos do Circo Voador”, a criação e curadoria da exposição 

·       “Maracatu”, exposição para o Museu Nacional de Brasília.

 

A partir de 2010 passa a ser representado pela Galeria Múltiplo, que passa a difundir e comercializar suas fotografias e obras, além de apresentar seus trabalhos em diferentes feiras de arte como: SP-Arte 2011 e 2012, e ArtRio 2011, 2012, 2013 e 2014.

 

Em 2016 é convidado pela Companhia de Dança Deborah Colker para uma residência artística em Pernambuco para a criação de seu novo espetáculo, "Cão Sem Plumas", baseado na obra de João Cabral de Melo Neto. Durante 3 semanas, Cafi e a Companhia percorreram mais de 5 cidades, da nascente do Rio Capibaribe até o Marco Zero em Recife, realizando ensaios fotográficos e workshops de fotografia e dança com os moradores locais. Em 2017 estreia o espetáculo "Cão Sem Plumas", e Cafi edita um livro homônimo com as fotos da experiência. 

 

Em 2018, a produtora Dani Hoover (Luni Produções) e o diretor Lírio Ferreira, se juntaram para realizar um documentário sobre Cafi e sua trajetória artística, o filme "Salve o Prazer". No longa-documental, Cafi revisita suas histórias e sua obra entrevistando amigos, artistas e parceiros profissionais que fizeram parte da sua carreira de 50 anos como fotógrafo e artista.

 

Também em 2018, o artista Cafi realiza sua última exposição individual, "No Céu da Placa-mãe", em parceria com seu filho, o produtor Miguel Colker. A exposição apresenta 17 obras originais de Cafi, e um conceito criado pelo artista, onde em tudo existe uma placa-mãe. 

 

Seu último trabalho, não poderia ser outro, criando em parceria com o fotógrafo Leo Aversa, a capa do disco "Besta Fera", do artista e grande amigo Macalé. E mais uma vez, a fotografia da capa foi considerada antológica, pelo público e crítica. 

 

Durante o Réveillon de 2018-2019, nas areias da Praia do Arpoador, o artista Cafi fez sua passagem, rodeado de amigos e de muita alegria, deixando 3 filhos, Joana, Clara e Miguel, e 4 netos, Theo, Julien, Alice e Rafael.

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